Foi-se o tempo em que os idosos eram vistos como um grupo sem tanta disposição para o exercício físico e que necessitava apenas de cuidados com a saúde. Atualmente, a melhor idade tem sua presença valorizada nas academias.
A própria Organização Mundial de Saúde hoje recomenda aos maiores de 65 anos uma atividade física moderada. Ela deve acontecer de preferência em grupo, no mínimo três vezes por semana, respeitando condições de saúde e de mobilidade.
Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por sua vez, apontou em 2022 que cerca de 9 milhões de idosos já praticavam algum tipo de atividade física no Brasil. Destes, 9,69% deles estavam matriculados em uma academia.
Treinamento de força, um grande aliado
Uma série de estudos no Brasil e no exterior têm demonstrado, por exemplo, os benefícios do treinamento de força para idosos. Quando realizado de forma regular, com a intensidade e volume adequados, ele pode contribuir com a melhora do desempenho físico, da qualidade muscular e do bem-estar mental.
Do mesmo modo, atividade também propicia o aumento da densidade óssea e da sensibilidade à insulina. E a diminuição do risco de quedas e fraturas,
Portanto, ela pode ter um papel essencial na redução do impacto das mudanças biológicas do processo de envelhecimento durante a melhor idade, E isso independentemente de outros fatores, como genética, ambiente, comportamento e características demográficas.
Demanda em crescimento
“Com o aumento da população nesta faixa etária, aumentou também a demanda por profissionais que saibam trabalhar com esse público. É preciso que eles estejam preparados e atualizados para realizar um programa bem estruturado de força e potência, de prescrição segura e eficiente”, comenta o Prof. Vinícius Concon, profissional de Educação Física e especializado em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo.
Em seu curso “Treinamento de Força no Envelhecimento”, já disponível em nossa plataforma, Concon ressalta que, além da seleção de exercícios com pesos livres e máquinas, outro recurso importante para potencializar o trabalho com este grupo é o uso de movimentos funcionais. “São exercícios que imitam as situações diárias e trazem benefícios no suporte do próprio corpo em diferentes posições, como sentar, levantar, equilibrar e rotacionar”, resume.
Presença valorizada
A presença de alunos da melhor idade também pode ser estimulada por iniciativas simples. Aplicadas à rotina diária de funcionamento das academias, elas fazem a diferença no momento da escolha.
Adaptar o ambiente com uma comunicação visual clara é uma delas. Diminuir a burocracia no atendimento, também. E também estabelecer parcerias com profissionais de áreas relacionadas, como nutricionistas e fisioterapeutas.
Mas a mais importante delas, claro, é a formação de uma equipe de profissionais capacitada. E não só apta a desenvolver bons programas de treino e aulas experimentais atrativas. Mas também capaz de valorizá-lo, elevando sua autoestima e combatendo a prática do etarismo.
